Compromisso

Escrever é a nossa maneira de estar convosco, enviando missivas para vencer a distância que se interpõe entre os dois planos onde habitamos provisoriamente. Irmão, estou contigo. Irmãos, estamos convosco. Irmãos, Jesus esteja conosco nesse gesto de amor e fé.
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segunda-feira, 14 de maio de 2012

O egoísmo e o amor


− Como resolver o problema social?

A humanidade avança premida por dois vetores – egoísmo e amor. Cada um desses vetores é poderoso o bastante para induzir os homens a esforços realizadores.

Egoísmo produz a edificação de patrimônios pessoais à custa do sacrifício alheio, enquanto amor produz a edificação de patrimônios coletivos à custa de sacrifício pessoal.

Egoísmo é querer para si, amor é querer para outrem.

Engana-se quem pensa que a solução do problema social se dará apenas por meio de grandes mobilizações coletivas, colocando em ação vultuosos recursos. Ações transformadoras ocorrem, com igual eficiência, por meio de grandes projetos ou de pequenos gestos e ações individuais.

A sociedade é a coleção dos indivíduos, por isso que a solução do problema social passa pelo tratamento dos problemas individuais.

Empreender grandes ou pequenas obras, portanto, não fará a diferença no plano social.

O que de fato qualifica uma sociedade, produzindo melhoras significativas na condição de vida e existência dos cidadãos, é a qualidade dos atos, ditada pela maior quantidade de amor investida por cada pessoa no direcionamento de sua capacidade empreendedora, pois esse é o vetor que faz o esforço pessoal se converter em benefício social.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Mudando mudamos o mundo

Às vezes o mundo parece andar para trás, a civilização entra em um ciclo de desorganização e o progresso econômico, o poderio militar e a ganância internacional parecem sobrepor-se aos ideais de justiça e inclusão social.
Por que isso acontece? Será exata a impressão de que vivemos ciclos periódicos de contra-evolução?

O mundo não é uma estrutura simples, movida por um único motor.
Equação complexa, de múltiplas variáveis, segue a humanidade por caminhos tortuosos em sua busca de um mundo mais feliz. O resultado coletivo, num dado intervalo de tempo, é igual ao somatório dos resultados alcançados por todas as variáveis individuais nesse mesmo intervalo, tal é o enunciado da equação do progresso.
O saldo matemático dessas marchas e demarchas, expresso na equação, representa o avanço coletivo nesta ou naquela direção. Traduzindo em termos simples sem trair o conceito matemático, avança a humanidade cada vez que em seu bojo um indivíduo se torna alguém melhor, pois o avanço é igual à soma dos processos individuais.
A humanidade alcança mais consciência quando aumenta o nível médio de consciência individual entre seus integrantes. A exclusão econômica, cultural e social diminui cada vez que alguém ajuda alguém a se inserir no contexto da cultura, da economia e se integrar na sociedade.
Fazer a revolução social é, pois, revolucionar o homem. Somente quando consciências individuais são tocadas, toca-se o inconsciente coletivo. Mudar a sociedade é, portanto, essencialmente - obra de educação - pois só no plano individual se pode interferir no coletivo de maneira permanente. Tentativas de influência coletiva e transformação social forçada, com base na imposição de mudanças não assimiladas, são ineficazes e acabam gerando distorções – que por vezes parecem retrocessos.
Promove a revolução em ti mesmo, mudando a tua percepção da realidade social. Transmite esta nova forma de perceber o mundo às pessoas que te cercam e tua contribuição pessoal para a causa coletiva será realidade. Transforma em ações práticas teus ideais, realizando no plano econômico ou social um gesto de inclusão, convencendo outras pessoas de que isso é possível e não depende da máquina do Estado. Faze isso e sentirás ter dado importante contribuição para a evolução do coletivo.
A civilização é obra coletiva, reflete em suas imperfeições a soma de todas as imperfeições individuais, da mesma forma que também exprime, em seus aspectos mais positivos e idealistas, a soma de toda abnegação e idealismo individual. Toda contribuição criativa, toda idéia nova tornada ação, toda doação amorosa, todo encontro e entendimento interpessoal, se materializa em uma sociedade mais feliz.
Sabemos que ninguém regride, que toda aquisição espiritual é permanente. Sabendo também que o todo é a soma das partes, temos a certeza matemática de que a humanidade evolui sempre. Certa impaciência é natural, um pouco de medo indica que ainda falta fé – porque se exige dos outros o que não se pratica. Mas se achas muito lento o progresso coletivo, analisa como avanças no processo individual. Sente como é difícil mudar velhos hábitos, velhas crenças - quanto te custa reeducar-te – e entenderás que iguais ou maiores dificuldades encontram teus irmãos em humanidade para se tornarem pessoas melhores.
Se estás insatisfeito com o processo coletivo, faz uma análise pessoal - vê se também o teu processo individual não é ainda um obstáculo que retarda o mundo – e faz a revolução em ti e ao teu redor, antes de exigi-la, aos gritos, pelas praças.

Irmão Jardim

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Somos diferentes porque evoluímos

– Por que somos tão diferentes? Não seria mais fácil conviver se todos pensássemos parecido e tivéssemos as mesmas tendências?
A individualidade é fruto da evolução. Se observarmos os rebanhos, bandos, colônias e cardumes das variadas espécies do reino animal, veremos que, nas espécies mais primitivas, os indivíduos são quase idênticos e pouco diferem em seus modos e comportamentos. Nas espécies mais desenvolvidas, tais como os cães, felinos e equinos, já se percebem nítidas diferenças de humores, hábitos e preferências. Entre os humanos essas distinções se acentuam, posto que enriquecidas de conteúdos sócio-culturais e psicológico.
Pretender uma sociedade sem diferenças, portanto, seria equivalente a preconizar a volta aos ambientes primitivos das colônias de insetos, ou grandes rebanhos de bisões, ou cardumes de sardinhas. Tornar-se diferenciado, ter algo em si que o distingue e individualiza, é uma conquista do Ser em sua jornada evolutiva.
As diferenças, por sua vez, geram conflitos e divergências. Mas não é preferível viver numa sociedade com espaço para divergências, do que submeter-se a um regime totalitário, em que uma opinião dominante seja imposta a todos? Esses conflitos de opinião representam um desafio para a humanidade. Aprender a lidar com as diferenças e conviver com os diferentes, esse é o grande aprendizado que bate às portas da civilização.
Mas esse aprendizado, assim como a lenta individuação, é processo pessoal, a ser desenvolvido na intimidade do Ser. Aceitar que o outro seja diferente e reconhecer nele um igual, acima e além das diferenças, é processo de lenta maturação individual. Quando aprendermos essa lição, estaremos aptos a perceber e desfrutar a imensa riqueza da diversidade.

Irmão Jardim

terça-feira, 16 de agosto de 2011

As flores, por seus frutos

Caminhando sobre o solo do planeta,

Entre as penas e gozos consentidos,
Somos flores que sonham em ser frutos.
Somos vagens em plantas convertidos.

Já não somos o que fomos, o que seremos ainda não somos, mas trazemos em nós o que já fomos e o germe do nosso vir a ser. Carregamos em nós nosso destino, indissociável parte de nós mesmos, feito atores que fazem de si próprios o instrumento de sua obra inacabada.

Quando a flor se abre inconsequente, há uma hipótese de fruto nesse gesto. E sendo tal flor daquela espécie, o seu destino em fruto é definido. Já não se lembra a flor de que algum dia foi semente sonhando ser árvore e não vislumbra, em suas cores perfumadas, mais além do que o fruto em que vai se transformar.

Também o homem traz lembranças bem marcadas de experiências mais recentes, ignorando seu passado mais remoto. E vislumbra - da escala evolutiva - pouco à frente de onde está, sem ter idéia do porvir ilimitado.

O que podemos deduzir, com base nas etapas anteriores, é que existe uma sequência natural predefinida – como a flor, que é natural tornar-se fruto. E que seremos, cada vez, seres melhores – como já somos melhores do que fomos.

Tudo segue um plano mais extenso do que a mente é capaz de apreender. Estamos juntos nesta barca planetária, cumprindo etapa da jornada coletiva – sem atinar para onde ela nos leva – mas já capazes de saber que a um destino mais feliz.

Também, feito a flor – que se doa em cores e perfume e pretende quando fruto entregar-se inteiramente – se hoje ofertamos uma parte de nós mesmos à construção do bem comum, quando melhores formos, mais teremos de nós mesmos a ofertar.

E se flor e fruto são brotações da mesma planta, brotamos juntos de um tronco planetário, solar, galáctico, flores pendentes de um ramo da árvore da ciência do bem e do mal.

E se a planta do pomar é cultivada e preservada – em suas flores por seus frutos – também por nós alguém cultiva a planta-mãe e nos preserva. Pelos frutos, ou simplesmente porque ama as flores que nós somos.

Irmão Jardim