Compromisso

Escrever é a nossa maneira de estar convosco, enviando missivas para vencer a distância que se interpõe entre os dois planos onde habitamos provisoriamente. Irmão, estou contigo. Irmãos, estamos convosco. Irmãos, Jesus esteja conosco nesse gesto de amor e fé.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Mudando mudamos o mundo

Às vezes o mundo parece andar para trás, a civilização entra em um ciclo de desorganização e o progresso econômico, o poderio militar e a ganância internacional parecem sobrepor-se aos ideais de justiça e inclusão social.
Por que isso acontece? Será exata a impressão de que vivemos ciclos periódicos de contra-evolução?

O mundo não é uma estrutura simples, movida por um único motor.
Equação complexa, de múltiplas variáveis, segue a humanidade por caminhos tortuosos em sua busca de um mundo mais feliz. O resultado coletivo, num dado intervalo de tempo, é igual ao somatório dos resultados alcançados por todas as variáveis individuais nesse mesmo intervalo, tal é o enunciado da equação do progresso.
O saldo matemático dessas marchas e demarchas, expresso na equação, representa o avanço coletivo nesta ou naquela direção. Traduzindo em termos simples sem trair o conceito matemático, avança a humanidade cada vez que em seu bojo um indivíduo se torna alguém melhor, pois o avanço é igual à soma dos processos individuais.
A humanidade alcança mais consciência quando aumenta o nível médio de consciência individual entre seus integrantes. A exclusão econômica, cultural e social diminui cada vez que alguém ajuda alguém a se inserir no contexto da cultura, da economia e se integrar na sociedade.
Fazer a revolução social é, pois, revolucionar o homem. Somente quando consciências individuais são tocadas, toca-se o inconsciente coletivo. Mudar a sociedade é, portanto, essencialmente - obra de educação - pois só no plano individual se pode interferir no coletivo de maneira permanente. Tentativas de influência coletiva e transformação social forçada, com base na imposição de mudanças não assimiladas, são ineficazes e acabam gerando distorções – que por vezes parecem retrocessos.
Promove a revolução em ti mesmo, mudando a tua percepção da realidade social. Transmite esta nova forma de perceber o mundo às pessoas que te cercam e tua contribuição pessoal para a causa coletiva será realidade. Transforma em ações práticas teus ideais, realizando no plano econômico ou social um gesto de inclusão, convencendo outras pessoas de que isso é possível e não depende da máquina do Estado. Faze isso e sentirás ter dado importante contribuição para a evolução do coletivo.
A civilização é obra coletiva, reflete em suas imperfeições a soma de todas as imperfeições individuais, da mesma forma que também exprime, em seus aspectos mais positivos e idealistas, a soma de toda abnegação e idealismo individual. Toda contribuição criativa, toda idéia nova tornada ação, toda doação amorosa, todo encontro e entendimento interpessoal, se materializa em uma sociedade mais feliz.
Sabemos que ninguém regride, que toda aquisição espiritual é permanente. Sabendo também que o todo é a soma das partes, temos a certeza matemática de que a humanidade evolui sempre. Certa impaciência é natural, um pouco de medo indica que ainda falta fé – porque se exige dos outros o que não se pratica. Mas se achas muito lento o progresso coletivo, analisa como avanças no processo individual. Sente como é difícil mudar velhos hábitos, velhas crenças - quanto te custa reeducar-te – e entenderás que iguais ou maiores dificuldades encontram teus irmãos em humanidade para se tornarem pessoas melhores.
Se estás insatisfeito com o processo coletivo, faz uma análise pessoal - vê se também o teu processo individual não é ainda um obstáculo que retarda o mundo – e faz a revolução em ti e ao teu redor, antes de exigi-la, aos gritos, pelas praças.

Irmão Jardim