As utopias prevalecerão?
Qual a validade de ideais
políticos claramente inaplicáveis em curto e médio prazo?
Dedicar a vida a um
ideal político que não se enquadre nos padrões vigentes seria perda de tempo?
O sonho de uma sociedade livre e justa para todos é farol que tem levado
a humanidade adiante ao longo dos séculos. O fato de não ser atingível não
torna o sonho menos belo. “Meu Reino não é deste mundo”, disse Jesus. E nem por
isso deixou de propagar seu Reino e os caminhos que levam a ele.
Lutar por um ideal e fracassar aos olhos do mundo, não faz o homem
fracassado. Esse foi o caso de muitos homens e mulheres que a humanidade
reverencia como heróis, inclusive o próprio mestre Jesus.
Conformar-se com a realidade vigente, aceitando como naturais as
injustiças sociais e nada fazendo para evitar a continuidade de um sistema
baseado em privilégios - é negar a lei da evolução - seja por comodismo,
interesse ou ideologia.
Uma pessoa dotada de ideais generosos, que acredita na evolução humana e
social, será sempre construtora de uma sociedade mais justa - em qualquer
atividade que desenvolva – se mantiver coerência entre seus atos e crenças.
Trair-se, negar o sonho relegando ideais a segundo plano, entregar-se ao
pragmatismo egoístico da caça predatória em busca de metas pessoais imediatas,
sepultar o próprio idealismo debaixo do pragmatismo individualista, eis as
amarras que ainda nos prendem ao que fomos e retarda a evolução pessoal e
social.
Mas a construção do novo pede novos instrumentos. Contrapor-se à ordem
vigente adotando os mesmos métodos e táticas, tentando transformar pelo uso dos
mesmos instrumentos – buscar uma sociedade diferente sem ser diferente – também
não terá outro resultado senão a manutenção do status quo.
Crer,
ser e agir em uníssono.
Ser
sua própria utopia.
Realizar
no plano individual e projetar no coletivo.
Praticar
ações novas e descobrir seu efeito transformador.
Semear,
mesmo sabendo que os frutos somente serão colhidos pelas gerações futuras.
Eis
como vale a pena viver.
Irmão
Jardim